Sempre fui intrigado por certas almas que
querem se entregar totalmente a Deus, sim, falo aqui da vida consagrada. Esses
religiosos que se vestem de marrom, usam véu e um grande terço na cintura, como que
armados a um combate que poucos tem a graça de ver. É misterioso, quase que fantástico. Mas absolutamente
real. O combate de conversão, sim diário, fuga do mundo e pertença adiantada da
morada eterna. É assim que eu vejo a vida consagrada.
Por outro lado, na minha imaginação de
homem (pequeno e bobo) os heróis sempre ocuparam um espaço
interessante na minha vida. Gosto dos filmes, não sou muito de ler quadrinhos,
mas curtia até demais um filme, assistia muitas vezes e esperava as sequências
como quem espera uma grande graça. Eu amava. Depois, com o tempo as séries de
adolescentes totalmente "tortas" ocuparam meu espaço e então
"meu heroísmo" foi deixado de lado. Mas como tudo de nossa infância, de uma forma ou de outra continua guardado essa semana esse zelo pelos
heróis foi reacendido em mim e eu não pude não associar a minha vida hoje vendo essa série. Se na minha
infância não via profundidade nas cenas, hoje eu vejo que os heróis sempre nos falam ao
coração e podem até nos levar
a uma reflexão profunda das coisas que acreditamos, que vivemos, enfim, das "coisas da vida".
"Não importa se é o garoto mais devagar
na aula de Educação
Física, ou o homem mais rápido.
Cada um de nós está correndo.
Estar vivo significa correr.
Correr de algo, correr para algo ou alguém.
E não importa o
quão rápido você é,
há certas coisas
que não pode ultrapassar.
Algumas coisas
sempre te alcançam." (Barry Allen/Flash)
Consegui ver profundidade, de surpresa, na série "The Flash". Esse
herói sempre me cativou, desde da infância. Na verdade, eu sempre quis correr.
Correr para alguém, correr de algo, correr de temor, correr em favor de alguém.
Eu, naquela época, jamais achei um foco por onde ir, onde me encontraria
totalmente, plenamente!
Os heróis da ficção também tem seus hábitos, eles não são tão
surrados como o de um franciscano, e nem tão azuis como de
uma concepcionista. Eles se vestem de algo, de algo representativo. Não é só um
figurino, é um traje, muito mais que um adereço, muito mais: uma parte deles. Assim como o
hábito de um religioso.
"Todos neste planeta, em algum ponto
da vida,
amou profundamente alguém.
Aqueles dias que seu coração é pequeno
demais
para segurar o que você está sentindo.
Hoje é um desses dias.
Pensamos em nossas emoções como eventos
pessoais e únicos
que ninguém jamais sentiu o que nós
sentimos.
A ciência explica tudo que sentimos:
raiva, amor.
Como um cientista, sei que não há nada
mágico
em nossos sentimentos por outras pessoas,
mas aí vejo o sorriso dela.
Cara, isso não pode ser ciência."
(Barry Allen/Flash)
Heróis se escondem para que somente o seu
bem apareça, embora não se omitem. Assim também faz o religioso. Heróis exercem
seu heroísmo no dia a dia e nas grandes batalhas com seus super vilões. Assim
também faz o religioso. Heróis amam todos, não conseguem se limitar a uma
pessoa, a um só amor ele ama a todos; do desprezado socialmente, o pobre àquele que é mais amado (ou pensa ser amado). Assim também faz o religioso, tenta amar a muitos, não
com suas forças mas com a força de seu poder, com a força da graça especial que
receberam, é assim que o herói também vive, com esse poder inexplicável que o
escolheu e sustenta na missão, o herói é eleito, o religioso também. Na
verdade, somos todos eleitos ao heroísmo, ao amor doado, a vida ofertada. Todos
somos heróis, todos somos heróis com diversos hábitos, diferentes
poderes.
O mais importante disso tudo é quando
descobrimos que só nos realizamos plenamente, assim como o herói, quando
fazemos o bem ao outro. E amamos o outro. E queremos o bem alheio mais que o nosso.
Na correria de ser de Deus,
Edu
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